quarta-feira, 24 de junho de 2009

Olhares múltiplos


Foto: Lenise Pinheiro
Legenda: Iracity Cardoso, diretora artística da SPCD


Criadora do Centro de Dança da Galeria Olido, em São Paulo, e diretora do Ballet Gulbenkian de Portugal de 1996 a 2003 — onde também foi co-diretora (1988-1993) —; Iracity Cardoso dirige a São Paulo Cia. de Dança, com olhares múltiplos. Experiência ela tem. Foi bailarina e assistente de direção do Ballet du Grand Theatre de Genève (1980-1988), além de bailarina do Staats Theather Karlsruhe e do Stadt Theater Bonn, na Alemanha; e do Stadt Theater Marseille, na França. Em entrevista ao Jornal de Piracicaba, Iracity faz um balanço das atividades da companhia em seu primeiro ano de fundação e fala sobre a pluralidade das gramáticas corporais adotadas pela direção. Confira os melhores trechos.
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Como olhar para a companhia pouco mais de um ano depois da sua fundação?
Iracity Cardoso — Olho para trás com bastante orgulho. Vejo o progresso e uma estrutura cada vez mais sólida. Acho que fizemos muitas coisas nesse período. Se pararmos para analisar temos menos de um ano da estréia do primeiro trabalho (Polígono, do italiano Alessio Silvestrin) e desde então não paramos de realizar projetos, como o Corpo a Corpo, o Figuras da Dança, e outros. Nesse período tivemos três obras criadas especialmente para a companhia (Polígono; Ballo, de Ricardo Scheir, e Entreato, de Paulo Caldas) e três obras de repertório (Serenade, de George Balanchine; Les Noces (1923), de Bronislava Nijinska (1891-1972) e Gnawa, de Nacho Duato).
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Todos esses trabalhos apresentam estilos plurais. Como o corpo dos bailarinos reagiu a isso?
Iracity — Para alguns bailarinos esse processo foi realmente difícil por muitos não estarem acostumados com essas diferentes técnicas. O contato com o contemporâneo, esse trabalho no qual o intérprete também colabora com a criação, foi novo para alguns. Nos grandes conjuntos, não somente de Serenade, mas de Les Noces, eles tiveram que se adaptar ao rigor e à disciplina da forma. O diferencial de tantas linguagens é que trouxemos remontadores para cada uma das obras, e temos o cuidado para que todas sejam interpretadas como únicas dentro de sua proposta original, fazendo com que os estilos não se misturem.
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Qual o motivo da escolha de Daniela Cardim (Het Nationale Ballet) para assinar a nova produção da companhia que estréia em outubro, no Teatro Alfa?
Iracity — Daniela é uma bailarina carioca, que está em Amsterdã há muitos anos e já iniciou uma carreira como coreógrafa. Queremos dar oportunidade a esses jovens criadores que estão no exterior. A coreografia ainda não tem título e ela trabalha com os bailarinos nas pontas, com a movimentação contemporânea.

SPCD pelo interior

Serenade, coreografia de George Balanchine criada há 75 anos / foto: Alceu Bett

Marcela Benvegnu

Com pouco mais de um ano de existência, seis montagens no currículo — três exclusivas —, diversos projetos educativos e um livro a ser lançado, a São Paulo Companhia de Dança (SPCD) tem consolidado sua (boa) imagem no país. Excursionando pelo Brasil com trabalhos que abrangem diversas gramáticas corporais, a companhia chega a Piracicaba amanhã, às 21h, no ginásio do Sesc Piracicaba, para apresentar dois trabalhos: Serenade (1935), de George Balanchine (1904-1983), um dos maiores clássicos da dança mundial, e Gnawa (2005), de Nacho Duato (1957). Além das apresentações estão previstas duas atividades gratuitas da SPCD na cidade. A diretora artística adjunta da companhia, Inês Bogéa, ministra a palestra Corpo a Corpo, hoje, às 19h, no Sesc, e amanhã, às 10h, Ricardo Scheir — professor, coreógrafo e ensaiador da SPCD — ministra aula de balé clássico para interessados, no mesmo local.
Serenade, de Balanchine, é uma obra comprometida com a música de Pietr Ilyitch Tchaikovsky (1840-1893), e revela formas incomuns em sua formação — como um grupo de cinco ou 17 bailarinas. Sem contar que o coreógrafo incorporou incidentes como o atraso de uma bailarina, o gesto que outra fizera para se proteger do sol, e a queda de uma terceira, como parte da coreografia. Balanchine nunca admitiu a existência de um enredo em Serenade, porém, é nítida a sensação que a partitura corporal aponta para uma narrativa. A coreografia teve sua estréia em junho de 1934 — há exatos 75 anos — com a School of American Ballet, e depois de algumas mudanças, em 1935, foi incorporada ao repertório do American Ballet Theatre.
A SPCD estreou Serenade, como coreografia de seu segundo programa — o primeiro trabalho foi Polígono, do italiano Alessio Silvestrin — em novembro do ano passado. A remontagem de Ben Huys (1967), atual ensaiador da The George Balanchine Trust, é sobre a música Serenade for Strings in C, Op. 48 (1880), de Tchaikovsky. “Serenade é um trabalho muito importante. É a primeira vez que uma companhia paulista apresenta um trabalho de Balanchine deste porte. Ficamos muito felizes em poder levá-lo para interior de São Paulo e litoral. Isso é um projeto da companhia. Serenade, além de lindo, apresenta uma musicalidade excepcional e é nesta obra que podemos ver o deslumbrante trabalho de Balanchine com o uso do espaço”, fala Iracity Cardoso, diretora artística da companhia (leia entrevista nesta página).
A segunda peça da noite, Gnawa, de Duato — diretor da Compañía Nacional de Danza, da Espanha — revela o bom encontro do corpo brasileiro com o estilo do coreógrafo. De origem sub-saariana, os gnawa — uma confraria mística muçulmana do norte da África — incorporam cantos às suas práticas espirituais, e Duato adota como base do trabalho canções dessa comunidade. Gnawa pode ser pensada como um desdobramento do interesse do coreógrafo desperto por Mediterranea — coreografia de 1992 — , acrescida de certa luminosidade, calor exótico e música ritualística.
Segundo Iracity, o trabalho de Duato tem relação direta com o corpo brasileiro. “A companhia estreou esta obra no ano passado, e Duato tem uma carreira internacional consolidada. Gnawa apresenta esse ritual do norte da África e somado à música percussiva, tem muito no nosso temperamento”, fala a diretora.
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MOVIMENTO PARALELO
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Antes das apresentações de Serenade e Gnawa, a SCDP promove duas atividades em Piracicaba. A primeira está marcada para hoje, às 19h, no Sesc, quando a diretora adjunta da companhia, Inês Bogéa, ministra a palestra Corpo a Corpo. “Corpo a Corpo procura aproximar o público mais amplo do universo da dança e ressalta o quanto de dança existe no nosso cotidiano”, fala Inês. “Por outro lado, ao revelar um pouco dos processos criativos e dos bastidores do trabalho da São Paulo Companhia de Dança, procuramos mostrar as diferentes profissões que integram um espetáculo”, completa.
Também amanhã, às 10h, no Sesc, o coreógrafo Ricardo Scheir — que assina Ballo, último trabalho da SPCD, e é professor e ensaiador da companhia — ministra uma aula de balé clássico para os alunos inscritos na oficina. “A minha aula é sempre uma surpresa. Não tenho como preparar nada anteriormente porque não conheço os corpos com que vou trabalhar. Até pedi para a organização que não estipulasse o nível das aulas, porque assim podemos sempre curtir algo diferente”, fala Scheir.

Panorama Sesi traz "bons" trabalhos

crédito: Lu Barcellos / Quasar Cia. de Dança

Marcela Benvegnu

Antes de aquecer as sapatilhas e os olhares para o Festival de Dança de Joinville, entre os dias 8 e 19 de julho, acontece a 9ª edição do Panorama Sesi de Dança, no Teatro do Sesi, em São Paulo. Pela segunda vez com a curadoria da coreógrafa, diretora e atriz Renata Melo, o panorama propõe um olhar sobre companhias de características distintas: grandes, pequenas, antigas, novas, com e sem subsídios, daqui e de fora, com estilos e técnicas variadas, com maneiras próprias de se produzir, com mais ou menos dificuldades em se manter.
O evento conta com apresentações gratuitas da Cia. Borelli de Dança, que faz a estréia nacional de seu novo trabalho, além das primeiras apresentações em São Paulo dos novos espetáculos da Quasar Cia. de Dança e da Staccato/Paulo Caldas. Além das três, o público poderá assistir gratuitamente a trabalhos recentes e elogiados da Cia. Druw — que esteve em Piracicaba no mês passado — , do Balé da Cidade de São Paulo, da Cia. Fragmento, da Cia. de Danças de Diadema e da Bruno Beltrão Grupo de Rua.
Renata comenta que “o público poderá observar como as características da formação de cada grupo determinam a qualidade e a natureza de seus trabalhos artísticos. A estréia nacional de Estado Independente, da Cia Borelli de Dança, de São Paulo, e a primeira apresentação na cidade de Céu na Boca, da Quasar Cia de Dança, de Goiânia, e de Quinteto, da Staccato/Paulo Caldas, que colheu excelentes críticas em sua recente estréia no Rio de Janeiro, conferem ao evento prestígio e visibilidade”.
A curadora comenta que o mesmo se dá com a participação do Balé da Cidade de São Paulo, a tradicional companhia municipal, com o espetáculo Canela Fina, merecedor de excelentes críticas e que permaneceu por pouco tempo em cartaz. A apresentação de H3, do Grupo de Rua/Bruno Beltrão, de Niterói, oferece ao público a possibilidade de verificar uma companhia nova, pouco conhecida em São Paulo e que vem obtendo grande projeção, além de elogios da crítica, no exterior. A Companhia de Danças de Diadema mostra Quixotes do Amanhã — também já vista em Piracicaba, no Sesi — como fruto de um trabalho sério e dedicado feito com comunidades carentes de sua cidade.
Já a Cia. Druw, de São Paulo, com trajetória heróica típica de grupos que trabalham com pequenos subsídios, mostra o excelente Lúdico, dirigido pela prestigiada diretora Cristiane Paoli Quito. O espetáculo, que agrada crianças e adultos, é inspirado no pintor russo Wassily Kandinsky. A jovem Fragmento Cia, de Dança apresenta Sob a Nudez dos Olhos, uma peça sensível, inspirada na ficção literária Ensaio Sobre a Cegueira, de José Saramago.
O Panorama Sesi de Dança surgiu em 2001, quando passou a integrar a programação fixa do Teatro do Sesi São Paulo. Desde então, o projeto apresentou 90 coreografias para mais de 32 mil pessoas. Nestes oito anos de história, o palco paulistano recebeu companhias como Cia. Deborah Colker, Quasar, Cisne Negro Cia. de Dança, Cia Nova Dança, Cia. de Dança Palácio das Artes e a internacional Wood Dance Company, de Nova York, além de um espetáculo inédito da bailarina Regina Advento, que integra a Tanztheater Wuppertal Pina Bausch.

Para a dor: dança de prazer / Ballet de Londrina


crédito: Izabela Figueiredo


Marcela Benvegnu

Depois de um bem-sucedido “Decalque”, o Ballet de Londrina volta à cena para estrear seu mais novo trabalho. “Para Acordar os Homens e Adormecer as Crianças”, nos dias 17, 18 e 19 de junho, no Filo (Festival Internacional de Londrina), em Londrina. O trabalho, com coreografia de Leonardo Ramos, desencadeia por meio dos movimentos uma condensação da passagem do tempo, representada por nascimento, crescimento e maturidade.
“Para Acordar os Homens e Adormecer as Crianças” começou com a tentativa de tratar do tema da vadiagem, do ócio, do curtir a vida e acabou sendo uma alegoria sobre a quebra da dor para uma possível liberdade. O que aconteceu não foi um desvio: as obras artísticas parecem ter suas vontades e seguir os caminhos da própria existência humana. A dor, que estabelece relação contrapontística com o prazer para compor a dinâmica da vida, não poderia ficar de fora do espetáculo sem que sua ausência não fosse notada.
Assim, os movimentos dos bailarinos desencadeiam uma condensação da passagem do tempo, representada por nascimento, crescimento e maturidade. O espetáculo pretende ser como morfina para esta dor, uma hora em que a dura e incontornável realidade pode ser vista em terceira pessoa, diluída na precisão e beleza dos movimentos da dança. Gestos que remetem ao funcionamento do relógio, o contraste provocado pela presença do corpo do bailarino de 13 anos, tudo transmite a sensação da impermanência humana, revelada no próprio processo de envelhecimento.
O entorpecimento aparece cenicamente como elemento necessário para a transição do self. A lisergia, encarada como possível reconfiguração do real, coincide temporalmente com o meio-caminho entre a infância e a velhice. A trilha sonora, que surgiu depois de boa parte da coreografia, revela também o mesmo princípio. As músicas de pós-rock — e por proporem composições líricas na sonoridade própria ao rock — cumprem bem o papel de sublinhar as tensões e relaxamentos coreográficos do espetáculo.
A obra foi um desafio por ser uma tentativa de sair do consolidado “Decalque”, que permaneceu por dois anos nas mentes e corpos dos bailarinos da CIA. Ballet de Londrina. O novo espetáculo busca novas direções, baseando seu norte em trabalhos mais antigos da companhia em que o movimento, em detrimento do enredo, é o principal elemento constitutivo da obra.
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CIA — O Ballet de Londrina é um grupo profissional de dança contemporânea formado por 13 bailarinos. Criada em 1993, a Companhia já montou e apresentou 22 espetáculos de dança contemporânea, fez 11 turnês nacionais e 9 viagens internacionais. O grupo é mantido pela Fundação Cultura Artística de Londrina (Funcart), uma organização não governamental cujo principal objetivo é democratizar o acesso à formação e produção cultural de qualidade, por meio de uma ampla rede de projetos.

Tô atrasada!

Esse post não tem fotos... só palavras.
Para dizer o quanto eu estou em falta com a atualização. Isso que eu produzi muito nesses dias. Vou postar agora uma matéria do Ballet de Londrina que escrevi há semanas, depois todas as críticas que foram publicadas no Festidança, que eu fui crítica, em São José dos Campos, e depois comentarei o falecimento do crítico de dança Roberto Pereira.
Vamos trabalhar! Tudo É Dança...

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Divinadança se apresenta AMANHÃ, em SP

Marcela Benvegnu

Com direção de Andréa Pivatto, o Grupo Divinadança, sobe ao palco do Auditório Marista Glória, em São Paulo, amanhã, às 20h30, para apresentar "3 em 1", programa que compreende três leituras contemporâneas de diferentes coreógrafos sobre questões humanas, cotidianas. Em cena, os corpos traduzem olhares sensíveis sob a ótica masculina que percorrem a diversidade das relações entre o homem e seus pares, o homem e seu ambiente, o homem e seu próprio reflexo visto no outro. A entrada é gratuita.

Milton Coatti apresentará seu "Todas As Cartas de Amor São Ridículas", baseado na obra homônima de Álvaro de Campos. No olhar do coreógrafo, o material não seria cartas de amor se não fossem ridículas. O que é revelado, se observa diariamente em experiências pessoais ou contos de vida.

Criado para o Balé do Teatro Castro Alves em 2004 e remontado para o Divinadança em 2008, com música de Rachmaninoff, do argentino Luis Arrieta é um trio composto por dois homens e uma mulher, que mescla sentimentos e sensações como equilíbrio, desequilíbrio, sustentação, apoio. É impedir que se caia, é resistir, escorar, alimentar, prover, estimular.

Já "Tempo Escasso", de Gleidson Vigne , percorre a cidade grande e a falta de tempo a que o indivíduo se submete não pela falta mas sim pelo excesso. O tempo não pára, mas nós é que o tornamos escasso nas nossas escolhas. A criação teve como pensamento base trechos de "Nada é Ipossível de Mudar", de Bertold Brecht.

O GRUPO - O Grupo Divinadança foi formado em agosto de 2007 para participar do Projeto Curadores Associados no Teatro da Dança em São Paulo e teve sua estréia em 10 de outubro deste mesmo ano. Com o processo e incentivo passou a contar com a criação de outros coreógrafos como Luis Arrieta, cuja estréia de sua obra ocorreu de março de 2008 em São José dos Campos. Em de novembro de 2008 realizaram estréia de "Instigate" de Carlos dos Santos Junior, bailarino e coreógrafo radicado em NY, ex-integrante da Cia. Alvin Ailey, dentro do projeto Conexão Internacional de Dança realizado no Teatro Sergio Cardoso. Com bailarinos que se revezam a cada espetáculo, oriundos em sua maioria do Pavilhão D Centro de Artes e hoje pertencentes aos corpos estáveis de diversas cias profissionais entre elas Grupo Raça, Cia de Danças de Diadema, Pavilhão D, Cia de Dança de São José dos Campos, Balé da Cidade de São Paulo, São Paulo Cia de Dança, P.U.L.T.Z. Teatro Coreográfico e outros grupos, a companhia conta também com a colaboração de artistas oriundos das artes plásticas e performáticas e produção do próprio grupo.

PARA VER - Grupo Divinadança, com direção de Andrea Pivatto.Amanhã, às 20h30, no Auditório Marista Glória (rua Justo Azambuja, 267), no Cambuci. Entrada gratuita. Mais informações (11) 3207-5866.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

5º Sapateia São Paulo vem aí!!

Foto: Reginaldo Azevedo
5ª edição do Sapateia São Paulo será nos dias 6 e 7 de junho

Marcela Benvegnu


Parece foi ontem que aconteceu em São Paulo a primeira edição do Sapateia São Paulo, um evento que reúne sapateadores de todo o Brasil para comemorar o Dia Internacional do Sapateado, dia 25 de maio, aniversário de Bill Bojangles Robinson (1878-1949), organizado pela sapateadora Christiane Matallo. A principal filosofia do evento, que nos próximos dias 6 e 7 de junho, chega a sua 5ª edição, é difundir, trocar e divulgar experiências sobre a arte do sapateado no Estado de São Paulo. Por meio da lei 14.347/07 aprovada em 2007 pelo vereador Adolfo Quintas, a atividade faz parte do calendário oficial do município, para uma maior organização e popularização desta arte no país.
Devido ao crescimento do número de participantes, bem como a qualidade dos trabalhos apresentados, o evento é recheado de atividades, como jam session, oficinas, desfile e espetáculo. A programação começa no dia 6, no período da manhã, no parque do Ibirapuera, com a Sapateandança e a Tap Mostra. Na Sapateandança, os presentes fazem um desfile pelo local ao ritmo da Escola de Samba Mocidade Alegre, e na sequência apresentam seus trabalhos coreográficos na Tap Mostra. Ainda no sábado, a Tap Jam, no Conservatório Souza Lima (rua José Maria Lisboa, 745), nos Jardins, marca o término das atividades do primeiro dia, às 18h. A entrada é gratuita.
Para participar da Tap Mostra é preciso inscrever o seu trabalho coreográfico gratuitamente via blog (sapateiasaopaulo.blogspot.com). Tanto na Tap Mostra, quanto na Sapateandança o ingresso é a camiseta do evento, que deve ser vestida por todos e adquirida diretamente na Só Dança (rua Augusta, 2672/ (11) 3064-7773). Os participantes também devem doar dois quilos de alimentos não perecível, que podem ser entregues e colocados em frente ao palco no dia da apresentação. Aqueles que forem se apresentar na Tap Mostra devem impreterivelmente integrar o desfile da Sapateandança.
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Christiane Matallo, organizadora e diretora do evento


AULAS PRÁTICAS — No domingo, dia 7, é hora de agitar as plaquinhas. A novidade desta edição fica por conta de três diferentes programas de aulas, um para alunos de nível básico; outro para alunos de nível intermediário/avançado; e o último que une os programas anteriores. No primeiro programa estão previstas as aulas de Fernanda Moreira, das 9h às 10h; de Luciana Polloni, das 10h15 às 11h15; e de Claudia Leoni, das 11h30 às 12h30. O segundo programa tem início às 14h, com a aula de Christiane Matallo, seguida de Luizz Baldijão, às 15h15, e de Kika Sampaio, às 16h30. O investimento o programa um e dois é de R$ 120, e aqueles que optarem pelo programa três pagam um total de R$ 200. Inscrições e informações pelo sapateiasaopaulo.blogspot.com.
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Bojangles, sempre eterno

BOJANGLES — A contribuição de Bojangles para o sapateado foi muito valiosa e específica: ele levou o estilo para a meia ponta, trazendo aos palcos uma leveza e clareza jamais vistas na tradição dos hooffers que dançavam com os pés inteiros no chão. Nasceu em Richmond, Virgínia, e em 1898 foi para Nova York. Aos 31 anos foi reconhecido e contratado pela produção do show “Blackbirds”, onde apresentava um número em que subia e descia uma escada sapateando. Mais tarde esse seria o marco de sua carreira. Com o sucesso de “Blackbirds”, tornou-se respeitado e passou a ser o primeiro negro a conquistar um papel na Broadway, em 1930, com o musical “Brown Buddies”. Ele também conquistou Hollywood (em 1932), onde liderou o primeiro casal inter-racial da história do cinema americano, contracenando com Shirley Temple, em “The Little Colonel”.

Thank you, Dance!

by Judy Smith "